Recente recuo do déficit comercial possui caráter conjuntural e não alivia pressões externas
As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 3,2 bilhões em janeiro de 2015, o que representa uma redução de 7,1% na comparação com o mês de dezembro passado e de 9,3% na comparação com janeiro de 2014. Já as exportações, de US$ 1,1 bilhão, também acusaram quedas de 9,6% e de 7,4%, respectivamente nos mesmos períodos. As resinas termoplásticas foram, concomitantemente, os produtos químicos mais importados e os mais exportados pelo País no mês, representando 12,5% (US$ 397,5 milhões) do total importado em janeiro e 14,3% (US$ 157,3 milhões) das vendas externas brasileiras de produtos químicos.
O resultado da balança comercial de produtos químicos indicou um déficit de aproximadamente US$ 2,1 bilhões no primeiro mês do ano e de mais de US$ 30,9 bilhões nos últimos doze meses.
Em termos de volumes, as importações de 2,6 milhões de toneladas representam uma diminuição de 6,9% em relação a janeiro passado e de expressivos 16,6% na comparação com dezembro de 2014. Por sua vez, as exportações de 1,4 milhão de toneladas significaram um crescimento de 7,1% em relação a janeiro de 2014 e de 4,4% em relação a dezembro passado.
Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, os números da balança comercial de produtos químicos em janeiro carregam fortes traços do comportamento observado ao longo de todo o segundo semestre do ano passado. “O recente e leve recuo do déficit em produtos químicos não pode ser visto como um alívio para o setor, pois, infelizmente, possui caráter conjuntural, marcado pela conjugação de preços internacionais deprimidos e de fraco desempenho de toda a indústria de transformação no País”, destaca Denise.
Ainda na visão da diretora, são imperativas medidas com foco na competitividade industrial e no fomento à exportação. “Para que efetivamente possamos vislumbrar uma mudança estrutural no perfil da balança comercial em produtos químicos são necessárias ações imediatas de fortalecimento do ambiente de negócios no Brasil e na região (Mercosul), como a garantia de níveis tarifários saudáveis para novas produções (indústria nascente), e de fomento à exportação, a exemplo do aguardado Plano Nacional de Exportação, atualmente em elaboração com participação intensa de toda a indústria”.
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