Mário Barra, coordenador Geral da X Conferência Anpei – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras, que aconteceu entre os dias 26 e 28/04, apresentou o relatório final das contribuições dos 818 participantes do evento para elaboração do documento, a ser entregue ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), agora em maio.
Segundo Barra, a dinâmica para coleta de recomendações à CNCTI foi inovadora e participativa. O documento gerado a partir da questão norteadora “O que é necessário para que o setor privado seja definitivamente o protagonista principal do desenvolvimento sustentável no Brasil através da inovação”, representa a contribuição de significativa parcela da comunidade brasileira envolvida com inovação, o que lhe confere a necessária legitimidade para o esforço de tornar o Brasil mais competitivo e inovador.
Para conseguir resolver a questão principal, a Anpei elaborou quatro perguntas básicas, relativas à cultura de empreendedorismo inovador; instrumentos fiscais e econômicos de fomento à inovação; sustentabilidade e competitividade; e a inclusão das empresas na governança e gestão de políticas públicas de inovação. Foram formuladas quatro perguntas aos participantes: a) de que forma induzir uma transição para uma cultura de empreendedorismo inovador no País?; b) o que é necessário para facilitar o acesso e a utilização de fomentos financeiros e econômicos para a inovação nas empresas, e quais instrumentos radicalmente novos podemos criar?; c) de que forma garantir que, ao inovar, as empresas sejam competitivas e sustentáveis?; d) como as Empresas devem ser incluídas na governança e na gestão dos instrumentos de fomento e políticas públicas de inovação?
As conclusões alcançadas a partir dessas questões serão novamente debatidas pela Anpei, para a criação de um documento definitivo até o fim de maio.
Visão global
A Conferência Anpei recebeu, ainda, três especialistas internacionais que contribuíram para a ampliação dos pontos de vista a respeito da inovação e da sustentabilidade. O primeiro a se apresentar foi o professor da Cornell University (EUA) Stuart L. Hart, que falou sobre a inovação verde e participativa, com foco nas camadas mais pobres da população.
Autor de livros e artigos científicos sobre a cooperação entre tecnologia sustentável e mercados em ascensão, Hart acredita que os países emergentes podem aproveitar o crescimento das grandes cidades para promover empreendimentos sustentáveis desde a sua base, como nas áreas de construção civil e tratamento de água. Outras áreas de destaque para o pesquisador são as de microcrédito, varejo e tecnologia da informação para telecomunicações. “As fronteiras de negócios são maiores na base da pirâmide, que interage com o conhecimento criado no topo da estrutura”, avalia Hart.
De acordo com ele, porém, apenas 5% das empresas veem oportunidades de negócios nas camadas menos favorecidas da sociedade. “Alguns desses mercados ainda não existem, por isso as empresas devem ver as possibilidades e criar uma reputação positiva”.
A outra palestra ficou por conta das autoras do livro “The Future of Innovation”, Bettina Von Stamm, da Alemanha, e Anna Trifilova, da Rússia. A primeira é PhD pela London Business School e a segunda é chefe do departamento de marketing da Universidade Estadual de Nizhny Novgorod, na Rússia. Juntas, as duas reuniram pontos de vista de mais de 350 colaboradores de sessenta países. Na obra de 528 páginas é possível conhecer os mais diversos pontos de vista dos inovadores mais criativos do globo, vindos do meio profissional ou acadêmico. A obra aborda múltiplas facetas da inovação na elaboração de novos produtos, novas maneiras de trabalhar, no contexto social, comercial, educacional numa perspectiva global.
Bettina acredita que inovação significa trabalhar por uma causa, com responsabilidade para criar valor. “Procuramos inovar a fim de alcançar um objetivo ou melhorar um processo, produto ou algo que já está sendo utilizado”, diz.
A especialista comentou que nem sempre é fácil fazer com que a inovação seja assimilada, por isso é necessário aproveitar as oportunidades que aparecem quando as pessoas estão abertas para mudanças. “Precisamos ir além, romper com muitos sistemas estabelecidos para encontrar soluções que contribuam com a qualidade de vida das pessoas”, afirma.
Para Anna Trifilova, as pessoas pensavam antes em quantidade, mas agora buscam por qualidade. “Temos que repensar sobre os produtos que estamos utilizando, porque eles não são sustentáveis”, disse. “O futuro da inovação começa agora”.
Mais detalhes sobre o livro e todos os seus colaboradores podem ser encontrados no website oficial: www.thefutureofinnovation.org.
Para maiores informações sobre a X Conferência Anpei, favor acessar: http://www.anpei.org.br/xconferencia/
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