Abiquim registra queda da produção, das vendas internas, das exportações e da demanda interna nos primeiros quatro meses do ano em relação ao mesmo período de 2013
O cenário preocupante de crise energética, possibilidade de falta de água, e a ocorrência de pequenos apagões trazem insegurança e encarecem a produção do segmento, que opera em processo contínuo e não pode parar a produção abruptamente. A expectativa do final do ano passado, que era a de que 2014 apresentaria volumes semelhantes aos do ano anterior, com possível elevação de produção e de vendas, não se confirmou. Pelo contrário, os resultados estão em trajetória de declínio em relação a 2013.
No que se refere às vendas internas, após a elevação atípica de 13,76% de janeiro, o índice vem apresentando quedas nos três últimos meses: -7,34% em fevereiro, -0,92% em março e -2,42% em abril. No acumulado do ano, o índice de vendas inverteu sinal, passando a exibir recuo de 2,34%, na comparação com igual período do ano passado.
Na comparação com abril de 2013, o índice médio de produção caiu 13,18% em abril deste ano. O índice de utilização da capacidade instalada ficou em apenas 75% em abril, oito pontos abaixo da média registrada em igual mês do ano passado. Na média dos primeiros quatro meses, a taxa de ocupação está em 78%, quatro pontos abaixo da de igual período de 2013. Segundo Fátima Giovanna, ainda que esses resultados tenham sido impactados pela realização generalizada de paradas para manutenção, muitas delas também só aconteceram em razão de um cenário negativo de demanda.
Na análise dos últimos 12 meses sobre os 12 meses imediatamente anteriores, os índices de volume são negativos, dando continuidade à tendência de queda desde julho do ano passado. Nos últimos 12 meses, a produção caiu 0,46% – contra +0,88% na comparação dos 12 meses anteriores – e as vendas internas reduziram 0,05%.
Nesse mesmo período, o CAN cresceu 2,8% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. Essa taxa, no entanto, também apresenta resultados decrescentes, uma vez que na comparação dos 12 meses anteriores, a elevação era de 5,8%. O CAN analisa as variáveis produção, exportações e importações. Nesse intervalo de 12 meses, a produção caiu 0,5%, as exportações caíram 9,9% e o volume importado teve crescimento de 10,4%. “Preocupa a Abiquim o fato de esses resultados demonstrarem uma diminuição da demanda nacional por produtos químicos, o que pode também significar uma maior importação de produtos acabados. Caso isso venha a se confirmar, o Brasil pode estar desestruturando importantes cadeias produtivas que são dependentes de produtos químicos nas suas bases de produção”, alerta Fátima Giovanna.
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