domingo, 23 de outubro de 2011

Rio de Janeiro abre suas portas à inovação

Por Moacyr Piacenti, José Roberto Adelino da Silva e Antonio Carlos Rocca*

O País vive um momento especial de crescimento e desenvolvimento. Para consolidar essas tendências, tem buscado reforçar seu potencial inovador, inclusive com a adoção de estímulos oficiais, como o plano “Brasil Maior”. Um dos expoentes deste momento, o Rio de Janeiro é lembrado por contar com grande potencial para a geração de negócios e inovação nos mais variados setores. Afinal de contas, além dos megaeventos esportivos que sediará em 2014, com a Copa do Mundo de Futebol, e em 2016, com os Jogos Olímpicos, o Estado assistirá, certamente, a um período de desenvolvimento muito intenso em setores como os de infraestrutura, telecomunicações, energia (em especial petróleo e gás), indústria naval, saúde, turismo e serviços.

Muitos têm dito que o Rio vive o seu “renascimento”. Mesmo considerando que o termo contém componentes verdadeiros, não podemos esquecer que o Estado há muito tempo é um dos motores do desenvolvimento nacional. Afinal, vem das terras fluminenses a maior parte de nossa produção petrolífera. Por isso, vem também dali expressiva produção tecnológica, que tem permitido às empresas brasileiras estarem entre as líderes na exploração de óleo cru em águas superprofundas em todo o mundo. Por isso, parece-nos mais adequado qualificar o movimento que impulsiona o Estado como o do encontro de suas potencialidades com a adequada e responsável iniciativa de gestores atentos em valorizar essas oportunidades latentes.

O Rio preparou-se para estimular a capacidade de gerar inovação em suas instituições de ensino, entidades e empresas. No início de 2010, o governo fluminense regulamentou a Lei 5.361, que institui um programa local de incentivo à inovação tecnológica. Pela legislação, a Faperj pode ter participação minoritária no capital de empresas privadas para o desenvolvimento de projetos de produtos ou inovação. O objetivo é estimular a integração entre instituições científicas, tecnológicas e universitárias com agências de fomento à pesquisa e empresas para a produção e uso efetivo das inovações.

Outras instâncias engajam-se no estímulo às iniciativas inovadoras. A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia lançou, este ano, edital público, no valor de R$ 10 milhões, para convocar projetos de inovação tecnológica destinados ao desenvolvimento local.

Também têm surgido e se consolidado no Estado diversas entidades de apoio à produção inovadora, integrando a academia e o setor produtivo. Este é o exemplo de um novo centro de desenvolvimento tecnológico em formação na Ilha do Fundão (capital fluminense), que reúne dezenas de empresas e entidades de pesquisa em torno da UFRJ, e vem sendo chamado de “O Vale do Silício do Pré-sal”. Pretende-se que o local seja um centro de inteligência dedicado à geração de tecnologias e conhecimento para a exploração de petróleo e gás.

Há, ainda, um grande número de incubadoras de empresas de base tecnológica ligadas às universidades locais, como as da COPPE/UFRJ, da UERJ, da UFF, da PUC-Rio e do Ibmec, dentre tantas outros. Nesses celeiros de fomento à inovação, os impulsos criativos e tecnológicos são convertidos diretamente em produtos, iniciativas ou serviços de fato inovadores, que contribuirão para movimentar a economia global a partir de iniciativas locais.

Fica claro que os investimentos que fazem da economia fluminense uma das mais importantes de todo a América Latina tendem a redundar na produção intensa e efetiva de soluções e de agentes inovadores. E são muitos e diversificados os polos aos quais se tem direcionado o aporte de capital: Copa do Mundo, Olimpíada, fortalecimento da infraestrutura, segmentos produtivos, como as indústrias naval e petroleira, turismo, modernização das cidades e da gestão governamental, educação, pesquisa e desenvolvimento e tantos outros setores importantes.

Vale lembrar que aqueles que atuam valorizando a inovação têm ao alcance outros benefícios, que podem ser aproveitados inclusive em território fluminense, como é o caso da chamada “Lei do Bem” (Lei nº 11.196/2005), que consolidou, em nível federal, os incentivos fiscais às empresas que realizem pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação, e do plano “Brasil Maior”, que amplia os benefícios de empresas que recorrem à “Lei do Bem”. Tomando em consideração todos esses elementos, o Rio de Janeiro torna-se, sem qualquer dúvida, um Estado amplamente atrativo aos empreendedores, especialmente aqueles que investem em inovação como diferencial.



*Moacyr Piacenti e José Roberto Adelino da Silva são sócios e Antonio Carlos Rocca é consultor da KPMG no Brasil.

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