segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Tomou posse a nova Diretoria do Simperj para o período 2019 - 2022 na Casa Firjan

Na foto, Gladstone José dos Santos Jr. no momento da assinatura do termo de posse como novo presidente do Simperj para o triênio 2019-2022, tendo ao seu lado o Presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. (Foto: Guarim de Lorena Chapada)

O JORNAL DE PLÁSTICOS, através de seu diretor, Ângelo Roberto Sardinha Chagas, teve o prazer de estar presente ao evento que aconteceu na Casa Firjan, no bairro de Botafogo, RJ, no dia 09/10.

O acontecimento contou com a presença de grande público e de toda a nova diretoria do Simperj – Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro, encabeçada por seu novo presidente Gladstone José dos Santos Jr.

O evento teve início quando o mestre de cerimônias da Firjan chamou ao palco do auditório os seguintes nomes: Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, Presidente da Firjan – Federação das Indústrias do RJ; José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Abiplast — Associação Brasileira da Indústria do Plástico e Vice-Presidente da Fiesp – Federação das Indústrias de SP; e Gladstone José dos Santos Jr., novo Presidente do Simperj.

As personalidades acima citadas tomaram a palavra, cada um ressaltando pontos de grande interesse para a indústria de plásticos: Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, colocou em foco, dentre outros assuntos, a ”importância de se refletir acerca do futuro da indústria de material plástico em consonância com a reciclagem e os novos hábitos de consumo”; José Ricardo Roriz Coelho chamou a atenção por haver “forte correlação entre o PIB brasileiro e a indústria do plástico no Brasil” e que “somos um dos maiores empregadores do país”.
Por último, Gladstone José dos Santos Jr. começou agradecendo às presenças do Pres. da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira e do Pres. da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho, como também ao comparecimento dos ex-presidentes do Simperj, Gilberto Jaramillo e de José da Rocha Pinto, e também, do ex-vice-presidente Marcelo Oazen. Especificamente, com relação ao ex-Presidente José da Rocha Pinto, foi prestada uma homenagem especial pelos 16 anos em que esteve à frente da entidade máxima dos plásticos do Estado do RJ. Seguem alguns dos principais pontos abordados pelo novo presidente do Simperj em seu pronunciamento:
“Temos três grandes desafios. O maior deles é mudar a imagem do plástico, com o apoio de importantes parceiros, como a Firjan. O antídoto para isso é, certamente, promover a reciclagem. Outro grande desafio é reverter o quadro de desindustrialização do estado. Somos o segundo mercado consumidor de plástico do Brasil, mas caímos para a sexta posição no ranking da indústria da transformação. Temos que trabalhar em conjunto com o governo para aumentarmos nossa competitividade e atrairmos mais empresas”. Além disso, o novo presidente falou sobre o desafio por sustentabilidade financeira do Sindicato.

A segunda parte do evento teve início quando o mestre de cerimônias da Firjan chamou ao palco, Paula Pariz Lorenzoni de Oliveira, Coordenadora de Projetos Setoriais da Abiplast, representando na ocasião a “Rede de Cooperação pelo Plástico”; Rafael Sette, Diretor Fundador do “Instituto Soul Ambiental” e Diretor do Simperj e, finalmente, Paulo Furio, Diretor do “Instituto de Tecnologia Ambiental Firjan-Sebrae”.
Após a explanação de cada uma dessas personalidades, foi aberto um debate com a participação do público presente, mediado pelo novo Presidente do Simperj, Gladstone José dos Santos Jr.

Na próxima edição do JORNAL DE PLÁSTICOS on-line publicaremos mais detalhes sobre este importante evento do setor plástico fluminense.


Fontes: Jornal de Plásticos e Simperj.

Nova era da produção de embalagens mira o resultado ótimo

Termo é empregado para designar o mínimo necessário para entregar todas as características que dão qualidade a um produto

São Paulo, outubro de 2019 - Entre as inovações que o mercado de embalagens trouxe estão as feitas com material 100% reciclável e completamente livres de parabenos e ftalatos; com redução de 70% do plástico em sua composição e ainda as bioembalagens, com matérias-primas renováveis e que podem ser descartadas em compostagens ou servir de ração animal, por exemplo.

Esses e outros exemplos demonstram o que a nova era da produção de embalagens busca: o chamado resultado ótimo. Conceito integrado a metodologia do design sistêmico --termo que designa uma visão mais holística da inovação -- seu objetivo é o de empregar o mínimo necessário na produção e mesmo assim garantir o padrão de qualidade do produto.

E a prova de que essa inovação não está necessariamente ligada a um custo maior ao consumidor foi dada pela Natura ao lançar a linha Sou, que utiliza 70% menos plástico do que uma embalagem convencional. Além de garantir uma redução de impacto em todo o ciclo de vida do invólucro, a embalagem permite usar todo o produto até a última gota e gera menor resíduo quando descartada. "O que o cliente viu foi um produto com valor menor por ter sido tirado tudo o que era desnecessário para manter a qualidade do produto", afirma o designer Barão Di Sarno, um dos maiores especialistas do setor e sócio da Questtonó, a consultoria de inovação e design que integrou a equipe das novas embalagens da Natura.

A Questtonó também foi a agência que participou do desenvolvimento das novas embalagens da linha Muita Fruta, da Fruttare (Kibon). Esta foi a primeira vez que a empresa usou o recurso de transparência, mantendo a mesma qualidade já conhecida pelos clientes da marca.

"Uma embalagem tem múltiplas funções. E em cada desafio que a gente recebe é preciso perguntar a função de cada item, se ele é necessário e se é possível suprir de outras maneiras. Precisamos entender se é esse dado da embalagem é só promocional, se pode ser entregue com menor impacto, quais são as características de conservação, se pode ter uma logística de distribuição diferente, se precisa de tanta embalagem para conservar etc", afirma Di Sarno.

Sem parabeno
Conservante amplamente empregado na indústria, o parabeno é utilizado nas embalagens para evitar o crescimento de fungos e bactérias. Os efeitos nocivos deste conservante têm sido alvo de discussões e estudos, chamando a atenção até de órgãos reguladores mundiais.

Neste ano, a Paris Elysees, marca internacional de cosméticos, lançou a linha de hidratantes Body Lotion. Os frascos são feitos com material 100% reciclável e totalmente livres de parabenos e ftalatos. "A empresa evita o uso de componentes que possam impactar negativamente e levar prejuízo à saúde de seus consumidores", conta o diretor da empresa no Brasil, Laurent Morcrette.

Pesquisa e desenvolvimento
Em alguns casos, a própria embalagem pode ser consumida. Já imaginou, por exemplo, colocar a embalagem no forno sem precisar descartá-la? Isso já é possível. Ao menos é o que aponta um projeto desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação. Eles desenvolveram películas de tomate para envolver a pizza que, ao ser aquecida, se incorpora ao alimento.

Pesquisadores do LEA (Laboratório de Engenharia de Alimentos) da Poli (Escola Politécnica) da USP já desenvolveram embalagens de origem vegetal com o objetivo de substituir o plástico. Uma delas é feita de amido de mandioca com adição de uma substância derivada de casca de uva. Ela pode indicar, por exemplo, se uma carne vermelha ou um peixe já estão em estado de deterioração e não podem mais ser consumidos. São as chamadas embalagens inteligentes, que podem ainda detectar oscilações de temperatura e se a fruta está madura para o consumo pela mudança de cor. Outra linha de pesquisa busca o desenvolvimento de embalagens ativas, capazes de interagir com o alimento para prolongar o seu prazo de validade.

Quem já saiu na frente e comercializa as inovações é a empresa Oka, de Botucatu (interior de São Paulo), que desenvolve bioembalagens há 15 anos. Entre os produtos que já desenvolveu está o recipiente para ovos totalmente compostáveis. A cinta da caixa é feita em papel semente, que pode ser plantada na própria embalagem dos ovos.

Essas e outras soluções que atendem com precisão às necessidades das indústrias de Alimentos, Bebidas e Embalagens no Brasil e na América Latina estarão na INTECHTRA, nova feira técnica promovida pela Messe München do Brasil, que acontecerá entre os dias 31 de março e 3 de abril de 2020 no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reunirá expositores nacionais e internacionais dos setores de tecnologias para envase e embalagem, processamento de alimentos e bebidas, automação, matérias-primas, ingredientes, componentes e soluções logísticas.

A Messe München do Brasil será apoiada pela bem-sucedida equipe drinktec, em Munique, e por uma forte rede de especialistas do setor na América Latina. Além disso, a INTECHTRA se beneficiará do conhecimento intersetorial da Messe München, que organiza feiras líderes também ou outros mercados, como analytica, AUTOMATICA e IFAT, entre muitas outras.

Com a INTECHTRA, a Messe München entregará, mais uma vez, uma fonte local para soluções personalizadas e uma plataforma de primeira linha para inovação.


Saiba mais sobre a INTECHTRA em intechtra.com.br

(JP)

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Painéis do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação debaterão alternativas para aumentar a produção de forma sustentável

A quinta edição do “Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação” será realizada nos dias 30 e 31 de outubro, no Auditório do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos (SENAI CETIQT), localizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro (RJ).

A programação do primeiro dia do Seminário terá o painel “Mobilidade e Eficiência Energética: Oportunidades e Desafios”, que discutirá como o setor químico pode contribuir para uma melhora da eficiência energética no transporte de carga. O painel terá a participação do gerente regional da Composite Materials da Solvay, Sergio Detoie; do gerente regional de Inovação e Transformação Digital da Maxion Structural Components, Marco Tulio Ricci; do gerente de engenharia de Produto e Inovação da Iveco, Alexandre Capelli; e da gerente de Desenvolvimento de Negócios da Braskem, Tatiana Emy Igawa. A moderação será feita pelo coordenador da Comissão Temática de Tecnologia da Abiquim e gerente de Tecnologia & Inovação da área de Especialidades Químicas da Braskem, Rafael Pellicciotta.

O segundo dia terá a realização de três painéis: “A Química do CO2”, “Intensificação de Processos” e “Economia Circular: Desafios e Oportunidades para o Setor Químico”.

O painel “A Química do CO2” debaterá as tecnologias que possibilitam a limitação das emissões de gás carbônico, incluindo discussões sobre conversão, captura e armazenamento de CO2. Ele tem confirmada a participação da gerente de Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável da Petrobras, Viviana Coelho; do diretor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Claudio Mota; do professor do curso de Engenharia Química e coordenador do projeto de captura de CO2 da Faculdade SATC, Thiago Aquino; do gerente de Tecnologia e Inovação da BASF, Rony Sato; e do gerente de Relações Externas e Captura de Recursos da Solvay, Alessandro Rizzato. A moderação será feita pela pesquisadora do Laboratório de Catálise do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) Lucia Appel.

A programação seguirá com o painel “Intensificação de Processos”, que debaterá como unidades de pequena escala e menor custo de produção podem reduzir os riscos financeiros e os impactos ambientais dos projetos. O painel terá a participação do diretor de Pesquisa do Laboratório de Engenharia de Processos Catalíticos, da França, e doutor em Química Organometálica pela Universidade de Estrasburgo, Claude De Bellefon; do gerente de Projetos da Ehrfeld Process Technology, Marc-Oliver Piepenbrock; e do engenheiro químico com MBA pela COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e sócio diretor do Grupo AS Resinas, Bernardo da Costa Monteiro Mello. A moderação será feita pelo coordenador de Engenharia de Processos do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos (SENAI CETIQT), João Bruno Valentim Bastos.

O último painel será o “Economia Circular: Desafios e Oportunidades para o Setor Químico”, que debaterá modelos de processo produtivo sustentável, no qual o resíduo tem valor e pode ser transformado em novos produtos. O painel terá a participação do diretor-presidente da Fundação Espaço Eco, mantida pela BASF, Rodolfo Viana; da diretora de Reciclagem da Braskem, Fabiana Quiroga; da gerente de Sustentabilidade da Nestlé, Cristiani Vieira; e do fundador e CEO da Boomera, Guilherme Brammer.

A programação do Seminário também terá as palestras “Mobilidade Urbana: Oportunidades e Desafios para o Setor Químico – Visão Mundo”, que será feita pelo diretor da Boston Consulting Group, Regis Nieto, no primeiro dia do evento, e “Estratégias para Inovar Conectando Indústria com o Ecossistema de Universidades e Startups”, do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rochel Lago; e da coordenadora do Centro de Escalonamento de Tecnologias da UFMG, Maria Paula Duarte, no dia 31 de outubro.

O “Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação 2019” tem o patrocínio das empresas Ambipar, Croda, Elekeiroz, Rhodia Solvay, Umicore e Unipar.


Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação

Data: 30 e 31 de outubro

Horário: 30 de outubro das 14 às 17 horas

31 de outubro das 9 às 17 horas

Local: Auditório do Senai Biossintéticos –

Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Inscrições: www.abiquim.org.br


(JP)

Melhores práticas do ciclo de vida das embalagens são apresentadas no Fórum Embalagem e Sustentabilidade

Executivos de grandes empresas destacaram a importância da embalagem na conservação de produtos e mostraram como estão fazendo para reduzir o impacto ambiental relacionado ao descarte

São Paulo, outubro de 2019 – O uso de tecnologias de alta performance aliado a uma gestão efetiva nos processos de produção de embalagens estiveram entre os temas discutidos no segunda edição do Fórum Embalagem & Sustentabilidade, promovido pelo Instituto de Embalagens, que aconteceu em 1º de outubro, no Espaço Nobre da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Líderes de mercado apresentaram os mais relevantes cases brasileiros e internacionais, que são um exemplo de como a economia circular traz benefícios para todo o planeta.

Na abertura do evento, a Diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, destacou a importância da embalagem para a sociedade. "A embalagem cumpre um importante papel no combate ao desperdício de alimentos e na segurança alimentar, ou seja, ela tem um impacto social ao melhorar a qualidade de vida das pessoas", destaca. Ela oferece outros inúmeros benefícios aos consumidores, como a integridade dos produtos e o combate à falsificação, maior shelf life dos alimentos, evita vazamentos e contaminações do meio ambiente. O que falta à população é conhecimento sobre a sua importância. Há tecnologias e novos materiais disponíveis no mercado para desenvolver embalagens mais amigas do meio ambiente. O que falta é investir em educação ambiental. É através dela que podemos promover um mundo melhor", salienta Assunta.

Destaque do evento, a Bunge apresentou a garrafa de óleo mais leve do mercado. Heitor Cauneto, head em excelência de manufatura para América do Sul da empresa, explicou que o projeto teve por objetivo diminuir o impacto das atividades da empresa no meio ambiente, além de conseguir ganho de eficiência operacional e redução de custos logísticos. "A cadeia de produção da garrafa era verticalizada. Nós deixamos de comprar a resina para adquirir apenas a pré-forma. Conseguimos, em parceria com nossos fornecedores, uma redução de 18 g para 14 g da garrafa de óleo de soja, um número significativo se pensarmos no volume da Bunge. Com isso, melhoramos a sustentabilidade ambiental, pois alcançamos redução no consumo de energia elétrica, redução de uso de matéria-prima para produção da garrafa PET e das perdas no processo, enquanto tivemos aumento de produtividade e ganhos logísticos", explica o executivo.

A gerente de Sustentabilidade da Heineken, Ornella Vilardo, disse que o tema é uma prioridade de negócio da companhia. "Avaliamos de perto a nossa pegada de carbono em todas as etapas da cadeia, e a embalagem tem um papel relevante nesse contexto. Por isso, colocamos energia nisso. Em nossa abordagem, avaliamos os 6Rs, que abrangem desde iniciativas mais imediatas como a redução de materiais, até soluções mais complexas que envolvem diversos atores do setor, inclusive em conjunto com nossos concorrentes", explica.

A empresa tem programas de logística reversa em todo o Brasil, colocando os consumidores no centro das discussões e práticas. No Rock in Rio deste ano, a Heineken, maior patrocinadora do festival, produziu 2,5 milhões de copos e buscou soluções para dar a correta destinação a todos eles. Em uma ação conjunta, a Central de Catadores do Rio de Janeiro, também parceira do evento, fez a coleta, a Braskem comprou e transformou esses resíduos e a Natura utilizou 670 mil tampas na deo colônia Humor. Isso evitou a emissão de 15 toneladas de gás carbônico.

Na opinião de Estevão Braga, Diretor de Sustentabilidade da Ball Beverage South America, é necessário migrarmos de uma economia linear para uma economia circular. De acordo com pesquisa produzida pela Edelman Global com mais de dez mil consumidores ao redor do mundo, 80% esperam que as marcas sejam sustentáveis.

"Vemos no segmento de alumínio um crescimento muito grande, porque é um material com alta taxa de reciclabilidade e alto valor econômico. Há um incentivo natural para a reciclagem. Enquanto alguns resíduos valem U$ 10 ou U$ 50 a tonelada, uma tonelada reciclada de alumínio vale U$$ 1.300. Há uma economia circular de lata para lata e para outros produtos de alto valor agregado – o chamado upcycling. Precisamos experimentar, prototipar e agir em conjunto para encontrar saídas similares para todas as embalagens", afirma.

Três cases regionais foram apresentados pela Owens Illinois (O-I), líder global na fabricação de embalagens de vidro. No primeiro a empresa compartilhou o resultado da parceria em Brasília com a Green Ambiental, que implantou 14 novos coletores seletivos abertos ao público no Distrito Federal. "O vidro era considerado rejeito no DF. Os equipamentos foram projetados especialmente para o vidro, material 100% natural e reciclável, mas que não era recolhido pela coleta seletiva da região, e com isso as embalagens acabavam em aterros junto ao lixo orgânico", explica Lúcia Moreira, coordenadora de sustentabilidade. Já na Paraíba a Owens atua em parceria com a RCTEC Soluções Ambientais em um projeto que coleta vidros na Orla da capital. A ação busca mostrar alternativas para a destinação dos vidros gerados nos bares e restaurantes de João Pessoa, fomentando a reciclagem e despertando no cidadão comum maior consciência quanto à responsabilidade de todos para a preservação ambiental.

Há também a mais recente ação de conscientização promovida pela companhia: a iniciativa "Planeta + Limpo, Mais puro, Mais confiável" realizada na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, que contou com voluntários – entre colaboradores da companhia e banhistas – que recolheram mais de 170 kg de resíduos da praia.

Na avaliação de José Bosco Silveira Jr., presidente da Terphane, líder em filmes PET (poliéster) na América Latina e um importante player mundial, é necessário ampliar o discurso sobre sustentabilidade. "O plástico está em evidência de uma forma que não condiz com a realidade; a questão dos plásticos vai muito além do que a mídia tem divulgado e do que a sociedade tem imaginado. Temos que ter uma visão consciente de todo o processo e pensar juntos como 'sustentabilizar' a embalagem. A abordagem sobre o assunto deve ser ampla e cada grama de material reduzido faz uma grande diferença. Não existe embalagem melhor ou pior, o que existe é a melhor adequação dentro de um mecanismo cada vez mais eficiente e sustentável." Entre as iniciativas da Terphane neste sentido, o executivo destacou a linha Ecophane® de filmes PET sustentáveis com dois produtos: um filme produzido com pelo menos 30% de garrafas PET recicladas pós-consumo e um filme bPET, com tecnologia de biodegradação para aterros sanitários.

Startups na gestão de cooperativas
Tamires Silvestre, gerente de sustentabilidade para o negócio de embalagens e plásticos de especialidades para Brasil da Dow, também entende que o plástico e outros materiais são valiosos, portanto, "temos o desafio gigante de incluí-los na economia circular. A embalagem é um elo importante na vida das pessoas", lembra. Um exemplo é o projeto da embalagem de arroz desenvolvida pela empresa, que é mais resistente à queda, utiliza filme leve de marcações e maior eficiência de recursos e produtividade. O trabalho junto a cooperativas também tem recebido a atenção da companhia, para melhorar o processo produtivo de separação e coleta de lixo. "Temos projeto na Colômbia com uma startup, no qual transformamos resíduo plástico de difícil reciclagem em construção de salas de aulas verdes".

A história de Roger Koeppl, diretor-presidente, da YouGreen, chamou a atenção de todos os participantes do Fórum. Ele começou como office-boy, formou-se em Processos de Produção e atuou em várias empresas e setores. Uma experiência como voluntário, somado a uma nova legislação o estimulou a criar a YouGreen com novo modelo de gestão, que aplica sistemas e processos da engenharia no setor de resíduos. "Hoje, estamos num galpão da Lapa, em São Paulo, e os resultados do negócio são bastante positivos, por meio da gestão integrada de resíduos, conseguimos reduzir, em média, 20% o custo operacional e aumentar em até 500% a taxa de reciclagem. Além disso, melhoramos a renda do cooperado, que pode ganhar entre R$ 1.700 e R$ 1.900 por mês", comemora o empreendedor.
Há pouco mais de um ano no país, a Indorama tem uma atuação global em 31 países. "Na área de plásticos, de cada quatro garrafas produzidas no mundo, uma é feita com o nosso PET. E no Brasil, 55% do PET vendido é reciclável", afirma Theresa Moraes, diretora comercial da empresa, que tem destinado U$ 1,5 bilhão a projetos de reciclagem no mundo até 2023. "Também estamos olhando para o trabalho dos catadores e recicladores".

Embalagens criativas e recicláveis
No ramo de produtos home care, a YVY tem provado que é possível ter embalagens disruptivas e sustentáveis. As embalagens normalmente utilizadas por produtos de limpeza carregam cerca de 90% de água em seu conteúdo. Isso significa que uma enorme quantidade de plástico de uso único se faz necessária para o transporte desse tipo de produto. As embalagens são normalmente volumosas e pesadas por conta da quantidade de água que carregam e, após serem utilizadas precisam ser destinadas corretamente. De acordo com Marcelo Ebert Ribeiro, co-fundador da empresa, todos esses problemas foram resolvidos pela YVY, com a utilização de cápsulas de produtos concentrados e borrifadores permanentes, projetados com design moderno e atrativo. A logística reversa das cápsulas também está inserida em todo o processo.

A atenção aos novos hábitos de consumo também está no radar da Mondelez. "A expectativa dos consumidores são altas e continuam crescendo, onde os Millennials são particularmente sensíveis à sustentabilidade. Por isso, nossos compromissos são reduzir o consumo e embalagens, ter todas nossas embalagens de papel de fontes sustentáveis, tornar das nossas embalagens recicláveis até 2025, fornecer informações de reciclagem aos consumidores e apoiar todo a cadeia de reciclagem para impulsionar o desenvolvimento de materiais e infraestrutura para a economia circular", disse Felipe Simone, responsável por embalagens flexíveis da empresa.

Os exemplos compartilhados por Simone ilustram este compromisso, onde as embalagens foram pensadas para trazer menor impacto ambiental, propiciar funcionalidades adicionais de proteção, aumento de vida útil dos produtos, abertura fácil, refechamento, entre outros.

Pensando no longo prazo, a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil, está formatando uma agenda sustentável até 2030, que envolverá todos os níveis da companhia. "Nosso negócio é produzir papel para embalagem e, por isso, temos que desenvolver mecanismos de manejo sustentável das nossas florestas e processos industriais com menor impacto ambiental. Hoje, temos 216 mil hectares de matas nativas preservadas e 239 mil hectares de florestas plantadas", afirma Júlio Nogueira, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da empresa. Durante sua apresentação, o executivo enumerou vários projetos que estão sendo colocados em prática, como por exemplo, a nova plataforma Ecovadis para avaliação de fornecedores; redução de 61% de emissão específica de CO2 equivalente (2003 a 2018) com a troca de combustíveis fósseis nas caldeiras das fábricas por biomassa; e o programa de certificação de pequenos produtores de madeira.

Lançamento livro Embalagens Plásticas
Após a apresentação dos cases, os participantes acompanharam o lançamento do 18º livro "Embalagens Plásticas", mais um título do Instituto. Organizado pelo Instituto de Embalagens, com a colaboração de 19 autores, a obra discute o papel do plástico na sociedade e como descartá-lo corretamente. Devido à sua importância, ele também está sendo lançado em Düsseldorf, na Alemanha, durante a K-2019, maior feira do setor de plásticos e de borracha do mundo que acontece de 16 a 23 de outubro.

Sobre o Instituto de Embalagens
Criado em 2005, o Instituto de Embalagens tem como foco o ensino e pesquisa sobre o tema por meio de promoção de cursos, eventos, workshops e treinamentos. Em seus quase 15 anos de atuação, o instituto já ofereceu mais de 120 eventos, 80 cursos e onde já se passaram mais de 10 mil profissionais. Entre outras atividades, o Instituto organiza o Packaging on the Road, treinamento em embalagem para capacitação de profissionais, que já percorreu mais de 20 cidades; e projetos customizados de conhecimentos técnicos com os Cursos in Company. Destaque também para os conteúdos editoriais. Em 2014, lançou o primeiro livro em inglês, Better Packaging Better World, distribuído em vários países. Em 2016, foi a vez da coleção de títulos bilíngues (português-inglês) Better Packaging Better World, que já conta com 8 livros.Mais informações: www.institutodeembalagens.com.br

(JP)