ESG: Transformando o futuro do setor de embalagens
por Fabiano Dias de Almeida Marques*
No aspecto ambiental, a pressão por
redução de emissões, uso de energia renovável, gestão de resíduos e mitigação
de riscos exige que fabricantes de embalagens repensem processos e materiais.
Não por acaso, a economia nacional, de modo amplo, já caminha nesse sentido:
dados da pesquisa "Avanços e Desafios: A Maturidade ESG nas Empresas
Brasileiras 2024", elaborada pela consultoria Beon ESG e realizada pela
Nexus em parceria com a Aberje, mostram que 51% das companhias já possuem
estratégia de sustentabilidade, 14 pontos percentuais a mais que em 2021,
enquanto a proporção de empresas com metas ambientais subiu de 31% para 43%.
Investir em inovação, como o
desenvolvimento de soluções circulares, que é o caso do uso de plástico
pós-consumo para a confecção de embalagens híbridas ou o desenvolvimento de
novas tecnologias de impressão para latas de aço com menor pegada de carbono (impressão
digital com laminação em aço), permite que as empresas alinhem eficiência
produtiva com menor impacto ambiental, atendendo tanto às demandas regulatórias
quanto às expectativas de consumidores e parceiros comerciais mais exigentes.
Além disso, a adoção de tecnologias digitais para monitoramento de emissões de
GEE (Gases de Efeito Estufa) e controle de consumos em geral fortalece o
gerenciamento ambiental e contribui para decisões mais estratégicas e precisas.
Fabiano Dias de Almeida Marques
Dessa forma, empresas que adotam
práticas estruturadas de sustentabilidade tendem a reduzir custos operacionais,
inovar em produtos e processos, além de criar vantagens competitivas de longo
prazo. Ao mesmo tempo, estão melhor posicionadas para clientes, consumidores e
investidores que valorizam a responsabilidade socioambiental.
O pilar social, por sua vez, demonstra
que negócios saudáveis vão além do lucro. Programas de diversidade, inclusão
etária, igualdade de gênero e apoio a comunidades impactadas fortalecem a
imagem corporativa e criam ambientes de trabalho mais engajados. A promoção de
estágios afirmativos, treinamentos de capacitação e incentivo à participação
ativa dos colaboradores evidenciam um compromisso real com a inclusão, o
pertencimento e o bem-estar das equipes. Empresas que internalizam esses
princípios tendem a atrair e reter talentos, além de consolidar relacionamentos
positivos com a sociedade e parceiros de negócios.
Finalmente, a governança sustenta toda a
estratégia ESG. Conselhos administrativo e de sustentabilidade, comitês
estratégicos atuantes, transparência em processos e treinamento completo
em compliance garantem que as políticas ambientais, de ética e
sociais sejam implementadas de forma consistente e perene. Uma governança
estruturada fortalece a confiança do mercado, melhora a capacidade de captação
de investimentos e assegura que a sustentabilidade seja incorporada ao modelo
de negócios, e não apenas declarada em relatórios anuais ou em peças
publicitárias.
Dessa forma, a integração dos três
pilares ESG não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para o
setor de embalagens. Seu avanço na economia brasileira reflete uma mudança
cultural e estratégica nas empresas, que passam a enxergar essa agenda, não
como custo, mas como motor de investimento, crescimento e inovação.
No setor de embalagens, integrar o ESG
significa construir operações resilientes, engajar colaboradores e gerar valor
duradouro para toda a cadeia produtiva. Em última análise, empresas que
absorvem esses princípios contribuem para um mundo mais sustentável e mais
inclusivo, posicionando-se na dianteira de um mercado em constante
transformação.
*Coordenador de ESG da
Brasilata
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